Epifania ou Folia de Reis

Epifania ou Folia de Reis

Epifania é um termo que vem do grego Ἐπιφάνεια, epiphanéia’, que significa: aparição ou manifestação divina. Esta festa foi instituída como data oficial cerca do ano 340 d.C., onde na mesma ocasião foi também cristianizado o Natal, e fixado a data do dia 25 de dezembro como data convencional; não em virtude a data do nascimento de Jesus, mas da cristianização das festas pagãs em honra ao “Natalis solis invicti” (aniversário do sol invicto), que era um culto ao sol. Tanto no oriente, como no ocidente celebravam-se esta festa em homenagem ao solstício de inverno (aumento da luz do sol). No dia 25 de dezembro o sol aparecia mais fraco, e todos aguardavam a manifestação da sua força invencível, demonstrado pela aparição da sua luz.

A Igreja Católica instituiu 6 de janeiro em seu calendário litúrgico como data da Epifania, porque teologicamente acreditava nas manifestações divinas do Senhor Jesus Cristo e seus simbolismos relacionados ao sol. Bem antes do século IV, no Egito, as igrejas orientais, já celebravam este período como aparições do Senhor Jesus.

A tradição católica considera a epifania em três eventos: (1) A Epifania dos magos (sábios) do oriente; (2) A Epifania a João Batista no rio Jordão na ocasião do batismo de Jesus; e (3) A Epifania quando o milagre de Jesus na festa de casamento de Caná de Galilélia se tornou conhecido.

O fator primordial para a cristianização das festas pagãs, foi uma questão teológica, pois o simbolismo do sol está ligado a Cristo, que é o verdadeiro Sol invencível, e a sua aparição demonstrada pela sua vinda é a verdadeira Luz que ilumina todo o mundo.

Folia de Reis, Companhia de Reis, Reisado ou Festa de Santos Reis, é uma amostra cultural, religiosa e festiva, que se caracteriza por celebrar a adoração dos magos ao nascimento de Jesus Cristo (menino Jesus). No intuito de remontar a atitude dos três magos, que guiados por uma estrela, partiram à procura do local do nascimento de Jesus, em uma missão de homenagens. A Festa de Reis é celebrada com mais solenidade que o Natal, e os presentes são dados no dia 06 de janeiro.

Esta festa se popularizou na Europa, que próximo do XIX atingiu também os países sul americanos. É uma festa miscigenada, filantrópica e profana, comemorada por diversas religiões, com comidas típicas, bebidas, rezas, presépios, foliões, palhaços (bastiões), coro, tambores, sanfonas, reco-reco, flauta, rabeca, embaixadores, mestres, artesanais, músicas e muita dança.

No Brasil, esta é uma das festas mais ricas do folclore brasileiro, realizada nas grandes capitais, principalmente em Salvador, estado da Bahia, que acontece entre primeiro e seis de janeiro, quando as chamadas “companhias” vão de casa em casa cantar os seus versos acompanhados por diversos instrumentos. Alguns vestem fardas, máscaras e outros usam uniformes, calças e camisas sociais, todos embalados no ritmo musical da catira e do cateretê.

O povo da antiguidade mesmo em sua ignorância espiritual, já adorava o sol como astro invicto, tanto é, que os astrônomos do oriente foram guiados pela estrela brilhante, em busca do filho de Deus. Os pastores locais também entenderam, reconheceram e se dobraram diante do filho do carpinteiro de Nazaré, para homenageá-lo. 

Independente das festas natalinas, passagem de ano ou de Folia de Reis, o importante é adorar o Senhor Jesus Cristo como único salvador, e que tudo isso se deu por conta da ocasião do seu nascimento. Ele já não é mais o menino deitado na manjedoura, e que sobrenaturalmente nasceu, morreu, ressuscitou e o melhor, está vivo entre nós.

Artigo escrito por Reginaldo Faria (teólogo, mestre e pastor)

03/01/2021

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FACULDADE INTEGRADA DE TEOLOGIA