Bezerro de ouro, celebração com a motivação errada

Bezerro de ouro, celebração com a motivação errada

O povo, ao ver que Moisés demorava a descer do monte, juntou-se ao redor de Arão e lhe disse: “Venha, faça para nós deuses que nos conduzam, pois a esse Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe aconteceu”.
Respondeu-lhes Arão: “Tirem os brincos de ouro de suas mulheres, de seus filhos e de suas filhas e tragam-nos a mim”.
Todos tiraram os seus brincos de ouro e os levaram a Arão.
Ele os recebeu e os fundiu, transformando tudo num ídolo, que modelou com uma ferramenta própria, dando-lhe a forma de um bezerro. Então disseram: “Eis aí os seus deuses, ó Israel, que tiraram vocês do Egito! “
Vendo isso, Arão edificou um altar diante do bezerro e anunciou: “Amanhã haverá uma festa dedicada ao Senhor”. Êxodo 32.1-5

Ao pedir para o sacerdote confeccionar um deus para que pudessem adorá-lo e lhe prestar culto, o povo de Deus no deserto, sentenciou a sua vida. Aquelas pessoas não avaliaram o peso da consequência, é como se elas estivessem no piloto automático, desconectadas de tudo do que estava acontecendo ali. O seu líder, Moisés, estava na presença de Deus buscando as diretrizes para o futuro, e o povo por sua vez, ocioso, tentando preencher a laguna da rotina. O problema é que esta ociosidade levou aquele povo ao pecado, resultando numa celebração fora de época e com a motivação errada.

Eu aprendo aqui, que é muito mais simples dar o ouro para confeccionar o bezerro, do que subir no monte. É mais fácil fazer o bezerro de ouro para adoração, do que subir ao monte para ter uma revelação.

O problema é que Deus só fala no monte, Ele não desce para falar, é você que tem que subir no topo do monte para falar com Ele. Ou seja, para ter resposta, precisa gerar sacrifício.

Em outras palavras, as pessoas de hoje, preferem a magia (do bezerro de ouro, da mão na cabeça, da oração instantânea, das profecias, do mover etc), do que pagar o preço de pensar, raciocinar, de ser diligente, dedicado, aplicado à Palavra de Deus. Porque isso requer esforço, disciplina, concentração, estudo, tempo, organização, meditação e ordem.

O crente tem que parar de viver de recados, tem que se esforçar e buscar para si o conteúdo das tábuas. Porque o recado é no pé do monte, mas o recado pode chegar atravessado.

As pessoas no pé do monte ficam vulneráveis e podem fazer uma adoração estranha, têm uma manifestação anormal, um desejo bizarro e põem tudo a perder.

Para resumir esta reflexão, o contexto revela que enquanto confeccionavam o bezerro de ouro, Deus não havia interferido, mas quando resolveram fazer uma festa, Ele se incomodou, porque fazer uma celebração no dia de arrependimento, de choro e pranto, compromete a motivação.

Reginaldo Faria
Teólogo e Mestre

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FACULDADE INTEGRADA DE TEOLOGIA