Moshé, o líder que compartilhou o seu destino!

Moshé, o líder que compartilhou o seu destino!

O que eu aprendo aqui é, que Moshé não estava baseando a sua história apenas na saída extraordinária do Egito, ou nos eventos milagrosos que aconteceram durante a sua trajetória no deserto, que acabou impactando os povos vizinhos e os nômades do deserto. Ali era uma história real, coletiva, com desafios, perseguições, sofrimentos e muita dor que ele teve que enfrentar, aprendendo a liderar aquelas pessoas.

Eu vejo que havia algo muito mais forte em Moshé que o fazia pensar diferente e continuar com a sua missão até o fim, era uma espécie de pacto: “o pacto de destino”¹. Neste pacto, o que unia Moshé não era o medo, mas uma visão, um propósito maior. Em vez de uma existência passiva e inexorável, no qual uma nação foi constituída, uma existência de um destino se manifestou como uma experiência ativa e cheia de propósitos.
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¹Livro Kol Dodi Dofek do Rabino Joseph Ber Soloveitchik (1903-1993).

O seu destino estava ligado aos seus propósitos, as suas aspirações, ascensões, realizações e movimentos. Posso definir isso como um projeto compartilhado de realização. A aliança que começou no Sinai, recebendo a Torá, o levou ao seu destino final, a sua honra e coroação. O destino significa uma existência que ele escolheu por sua própria vontade e pela qual se encontra a plena realização de uma existência histórica.

O destino é a fonte da qual flui a auto elevação, ele é supremo quando é cumprido. A vida do destino é uma vida dirigida com diligência e decisão. O resultado disso é uma vida livre de verdugos e uma consciência tranquila.

Quando Moshé chegou no monte Nebo, no cume do Pisga que ficava nas Campinas de Moabe, bem de frente a Cidade de Jericó, em sua última missão, Elohim mostrou-lhe toda a extensão da terra Prometida, e disse para ele, que não entraria lá, e assim, Moshé quando fechou os seus olhos, teve a surpresa quando os abriu novamente, porque já estava entrando em sua habitação celestial e eterna. O Próprio Deus se encarregou de sepultá-lo, dando a ele às devidas honras, autenticado pela sua linda trajetória de servo aqui na terra. (Devarim 34.1-5).

A leitura que eu faço nesta história de Moshé é, que a missão independe do destino que me foi traçado. Missão se resume nas tarefas que eu preciso executar pelo meu chamado, ou seja, os ferimentos que eu sofro ou vou sofrer, durante a trajetória da minha vocação, não pode invalidar o meu destino final com Deus.

Reginaldo Faria
Teólogo e Mestre

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FACULDADE INTEGRADA DE TEOLOGIA